6/9/08

A paixão.

Música sempre foi meu combustível, são muito raros os momentos em que não tenho um sonzinho bom por perto. É uma relação que nasceu em mim, não tem origem, não é genético e nem tive influências, é meu e ponto.
Não sou de família musical e nem cresci escutando boa música. Tudo que conheço e gosto é fruto da minha curiosidade e da mensagem que meus ouvidos, com muita competência, enviavam pro meu cérebro quando escutavam algo bom.
Não tenho estilos musicais favoritos. Adoro música brasileira, MPB é maravilhoso, mas existem figuras na MPB que não gosto, que abomino e não curto mesmo. Em geral, não gosto de funk, mas algumas batidas me agradam tanto que chegam a passar a perna nas MPBs descartadas.
Gosto de rock, mas entendo e conheço muito pouco, tenho bandas de rock de coração e outras que não consigo ouvir falar.
Meu ouvido é chato e curioso, quando escuta algo que não agrada, acabou, lixo. Mas quando gosta é de verdade, me faz pesquisar tudo, entender de tudo e escutar tudo.
Acabei escrevendo tudo isso apesar da idéia inicial deste post ser outra. Senti vontade de escrever sobre como as músicas que gosto mexem comigo.
Ontem fui pro show do Boca Livre, mais um dos muitos que já havia ido. E apesar deles não serem meus favoritos e indispensáveis, saí me sentindo tão bem, tão realizada, que nem sei explicar. E isso costuma acontecer quando assisto shows de artistas que gosto muito.
Semana passada, particularmente, pensei bastante sobre isso. Comprei um DVD do Monobloco pra dar de presente, não resisti e assisti. Não dei o presente, não consegui desapegar. O que me comove, em certos casos, é a perceptível paixão com que os caras fazem música, e trabalhar com paixão é uma das coisas mais lindas e difíceis que um ser humano pode fazer. E os bons músicos são mestres nisso.
Tenho tentado muito escrever sobre algumas experiências musicais especiais, especificamente com Drexler, Moska, Marisa, Hermanos, Lenine, Queiroga e Caymmi, e de algumas outras não presenciais que me impressionaram bastante como a Amy, os Novos Baianos e o Jack. Sempre começo, mas quando chego ao fim acho o texto um lixo, inexpressivo e inútil quando comparado à intenção inicial. Qualquer tentativa de descrição sempre vai ficar menos emocionante do que merecia. Quem sabe um dia eu consiga.